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Valfrido Salmito Filho: "A política de desenvolvimento regional iniciada com Celso Furtado transformou-se em aspiração permanente de toda a sociedade"
24 de Feveveiro de 2016
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"O suprimento de energia de Paulo Afonso para o Ceará foi uma pré-condição para a transformação econômica do estado, e para isso, foi essencial a implantação de duas casas de força que ampliaram a geração de energia, obras implementadas com recursos orçamentários da Sudene", afirmou o ex-superintendente da autarquia Valfrido Salmito Filho, no lançamento do livro "50 anos de desenvolvimento industrial do Ceará: de Paulo Afonso ao Pecém", lançado na última segunda-feira (22) em Fortaleza (CE), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Salmito Filho é um dos co-autores da obra, ao lado do economista, professor aposentado da Universidade Federal do Ceará e ex-chefe do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste Pedro Jorge Vianna e do advogado e jornalista especialista em Desenvolvimento Econômico Nazareno Albuquerque.

Para o ex-superintendente, a introdução do planejamento para o desenvolvimento econômico, a partir do advento da Sudene, foi fundamental para estimular a evolução institucional dos governos estaduais e municipais da região, bem como para "complementar e reforçar os orçamentos dos ministérios a fim de acelerar a realização de obras prioritárias de infraestrutura no Nordeste". Outro ponto destacado foi a promulgação da lei nº 3995/1961, que aprovou o Plano Diretor da Sudene, "criando o incentivo financeiro para o setor industrial do Nordeste, instrumento indispensável de capitalização do empresariado da região e motivação para a expansão industrial".

De acordo com ele, os benefícios trazidos pelos incentivos oferecidos pela Sudene superam os erros e desvios que foram apurados posteriormente: "tais falhas foram calculadas em cerca de 6% dos valores liberados e o número de projetos não concluídos e inviabilizados em 9% das empresas incentivadas". Por outro lado, "no caso do Ceará, foram mais de 300 empreendimentos novos, modernizados e ampliados que se beneficiaram com reforço de capitalização dos incentivos financeiros, beneficiando o Ceará com grandes fábricas de cimento, de calçados, de confecções em cidades do interior do estado, além do agronegócio, com grandes unidades da cadeia alimentar".

Salmito defendeu que, a despeito de decisões prejudiciais à região tomadas pelo governo federal, a política de desenvolvimento do Nordeste apresentou resultados bastante positivos e, no Ceará, contribuiu decisivamente para a mudança do perfil econômico com a expansão industrial. Para ele, "a política de desenvolvimento regional iniciada com Celso Furtado transformou-se em aspiração permanente de toda a sociedade e em estímulo para os governos estaduais e para o empresariado da região".

"50 anos de desenvolvimento industrial do Ceará: de Paulo Afonso ao Pecém", editada conjuntamente pelo Sistema Fiec, Associação Empresarial de Indústrias (Aedi) e pelo Grupo M. Dias Branco, com apoio do BNB e do Governo do Estado do Ceará, é uma obra de pesquisa histórica que busca contar a história da industrialização do Ceará nos últimos 50 anos tendo como marco inicial a chegada da energia da usina hidrelétrica de Paulo Afonso ao Ceará e a consequente criação do I Distrito Industrial de Maracanaú.