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A cidade de Delmiro Gouveia (AL), recebeu na última segunda-feira (21) o IV Ciclo de Debates Sudene. O objetivo do evento, realizado no Auditório Graciliano Ramos do Campus do Sertão da UFAL, foi discutir desafios e perspectivas para o desenvolvimento do sertão do São Francisco, que se espalha por quatro estados nordestinos (Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas), a partir de seus aspectos energéticos, ambientais e socioeconômicos. O IV Ciclo de Debates Sudene foi promovido pelo Procondel Sudene, projeto da Sudene e da UFPE, com apoio do Campus do Sertão/UFAL, da Fapeal, do Sebrae Alagoas e da Chesf.

Com o tema "Energia, Desenvolvimento e Meio Ambiente", esta edição do Ciclo contou com um total de 301 participantes. Para Isabelle Araújo, estudante de Engenharia de Produção da UFAL, o encontro foi bem relevante por tratar de temas que dizem respeito aos moradores da região: "Esses temas são atuais e importantes ao nosso aprendizado", disse. "São assuntos que dizem respeito a nós, moradores e estudantes da região, mas que desconhecíamos", corroborou Vânia Cerqueira, aluna de Engenharia Civil da instituição.

A abertura do evento contou com a participação do assessor da presidência da Chesf Marcelo Maia, da coordenadora de Infraestrutura e Meio Ambiente da Diretoria de Planejamento e Articulação Política da Sudene Maria Helena Castro, do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e professor do Departamento de Economia da UFAL Fábio Guedes, do coordenador científico do Procondel Sudene e professor do Departamento de Ciência Política da UFPE Marcos Costa Lima e do diretor do Campus do Sertão da UFAL prof. Agnaldo Santos. As três mesas (Energia, Desenvolvimento e Meio Ambiente) contaram com representantes da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Governo do estado de Pernambuco e do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF).

Na ocasião, foi também inaugurada a exposição "São Francisco: Energia, Desenvolvimento e Meio Ambiente", com fotos produzidas pelo fotojornalista da Chesf Severino Silva e que pertencem ao acervo da instituição. As imagens continuam expostas no Campus do Sertão da UFAL até o fim de abril.

EXCURSÃO PEDAGÓGICA - A equipe do Procondel Sudene chegou à região no sábado (19) à tarde, acompanhada pelo professor Giovanni Seabra (UFPB), coordenador do Simpósio de Turismo Sertanejo, evento anual que congrega pesquisadores e alunos da graduação e pós-graduação e que tem como objetivo discutir experiências, metodologias e aplicações das ciências sobre o desenvolvimento da atividade turística como uma alternativa para as comunidades locais de diferentes áreas do sertão brasileiro, dando ênfase a suas diversidades e potencialidades ambientais, sociais e culturais.

Em Delmiro Gouveia (AL), os professores e estudantes visitaram o Complexo de Angiquinho, primeira usina hidrelétrica da região Nordeste, construída em 1913 por uma empresa de capital misto liderada pelo industrial Delmiro Gouveia, que recebeu do governo de Alagoas uma concessão para explorar a geração de energia na cachoeira de Paulo Afonso, e atualmente gerida pela Chesf. No domingo, foi visitado o Museu Arqueológico de Xingó (MAX), localizado em Canindé do São Francisco (SE) e admnistrado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde monitores apresentaram à equipe o acervo de peças encontradas em expedições arqueológicas na região que datam de até 9000 anos, e o Centro de Recepção de Xingó, onde os visitantes conheceram o mirante da Usina Hidrelétrica e receberam informações sobre todo o processo de construção da barragem, que une os estados de Sergipe e Alagoas. Em seguida, foi a vez da cidade histórica de Piranhas (AL), que possui um expressivo casario colonial do século XVIII. Para a coordenadora executiva do Procondel Sudene Angela Nascimento, a excursão permitiu aos membros do projeto conhecerem in loco um pouco da história da geração de energia hidroelétrica do Nordeste, fator essencial para o impulsionamento do desenvolvimento da região a partir da segunda metade do século XX.