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Da Willys à Jeep: 51 anos de implantação da primeira indústria automobilística do Nordeste
28 de Abril de 2015
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Inaugurada oficialmente hoje (28), a fábrica da Jeep no município de Goiana é, atualmente, o segundo maior empreendimento em volume de recursos oriundos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), operado pela Sudene. Desde 2012, a Sudene repassou à Fiat recursos da ordem de R$ 1,2 bilhão. Esta história começa 51 anos atrás, em março de 1964, com a implantação em Olinda (PE) da Willys Serviço Norte-Nordeste, com vendas de automóveis e peças, primeiro passo para a instalação de uma fábrica na região. O empreendimento foi inaugurado no dia 12, data em que se comemoram os aniversários das cidades de Olinda e Recife, e contou com as presenças do governador Miguel Arraes, do vice-Governador Paulo Guerra e do diretor-tesoureiro da Willys, Paulo Quartim Barbosa (FOTO 1 - Jornal do Commercio de 13/03/1964 - acervo micrográfico da Fundação Joaquim Nabuco pesquisado por Pedro Maranhão, bolsista Procondel).
Em junho de 1966, era inaugurada a primeira indústria automobilística do Nordeste, com decisivo apoio do Governo Federal por meio da Sudene. O Parecer DI 87, de 1º de dezembro de 1964, favorável à instalação da fábrica da Willys Overland do Brasil, informava que o empreendimento seria implantado em uma área de 12,4 hectares no Distrito de Prazeres, no km 19 da BR 101 Sul, no município de Jaboatão dos Guararapes (PE), com capital inicial de 150 milhões de cruzeiros. A fábrica foi projetada para produzir 860 veículos/mês ou 10.320 anuais. Ainda conforme solicitação de reconhecimento pela Sudene de “interesse para o desenvolvimento do Nordeste, para efeitos de colaboração financeira, recursos derivados do Artigo 18 da Lei 4.238 de 27/06/1963”, a WOB previa a construção de uma subestação de energia elétrica.
O parecer (FOTO 2 - resumo) foi discutido na 54ª Reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, em 2 de dezembro de 1964. Afrânio Lages, representante do Governo de Alagoas, José Aloisio de Campos, representante do Governo de Sergipe, Candido Mendes de Almeida, representante do Governo do Maranhão, Aluízio Alves, governador do Rio Grande do Norte, e Virgílio Távora, governador do Ceará, discutiram sobre os critérios de concessão de benefícios fiscais a empresas que não-sediadas na região Nordeste, considerando o regulamento do Artigo 18. O governador de Pernambuco Paulo Guerra defendeu que a implantação da Willys implicaria na implantação de outras indústrias de suprimento, o que representaria a criação de mais de 800 empregos, propondo, assim, que o projeto fosse aprovado na condição de que, no prazo de um ano, a Willys instalasse uma subsidiária na região. Finalmente, o Parecer DI 87/1964 foi posto em votação com a “proposta do Governador de Pernambuco de que a vigência ficasse suspensa até que a empresa organizasse uma subsidiária, declarado a excepcionalidade do Parecer”. Em votação, o pleito foi aprovado pelo Conselho, conforme a Resolução 01041/1964, de 03 de dezembro.
Não fosse essa decisão do Condel em 1964 - associada ao esforço conjunto do Governo Federal, que abriu o regime automotivo em dezembro de 2010, e do Governo de Pernambuco. que ofereceu e terraplanou a área de 440 hectares onde está implantado o empreedimento -, provavelmente a nova unidade do Grupo Fiat Chrysler não teria se instalado no Nordeste, nem em Pernambuco. A Willys de Jaboatão dos Guararapes deu origem à fábrica de componentes automotivos TCA, adquirida em 2010 pela Fiat, o que permitiu a habilitação da empresa para receber incentivos fiscais por meio do Banco do Nordeste (BNB), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), administrado pela Sudene.
Clique aqui para acessar a íntegra do parecer em PDF.