Celso Furtado, nordestino da cidade paraibana de Pombal, nasceu em 1920. Estudou direito na
Universidade do Brasil e doutorou-se em economia na Universidade de Paris, foi servidor
concursado do Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp), em 1943 e, em 1945,
serviu como oficial da Força Expedicionária Brasileira na Itália.
Nomeado por Juscelino Kubitschek (1956-1961) para o Grupo de Estudos do Desenvolvimento
do Nordeste (GTDN), elaborou o estudo “Uma política de desenvolvimento para o Nordeste”,
que originou o Conselho de Desenvolvimento do Nordeste (Codeno), do qual foi nomeado
secretário-executivo. O Codeno é o órgão que antecede a Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), instituída em 15 de dezembro de 1959, da qual foi seu
primeiro superintendente. A autarquia foi a primeira instituição brasileira que tinha o
planejamento como linha mestra e um Conselho Deliberativo, objeto deste site, cuja
composição era política - todos os governadores dos Estados do Nordeste e de Minas Gerais -
e técnica – a Secretaria Executiva, à qual estava subordinada toda a estrutura organizacional
da Sudene.
Celso Furtado estruturou a Sudene como órgão de planejamento para uma região que detinha
(e ainda detém) os piores índices de desenvolvimento humano do país. Celso enfrentou muitas
resistências, embora tenha permanecido no cargo por quatro gestões presidenciais, mas
tornou a autarquia sob sua direção reconhecida mundialmente.
Foi o primeiro Ministro do Planejamento, no Governo de João Goulart (1961–1964). Teve seus
direitos políticos cassados pelo Ato Institucional nº 1, iniciando um longo exílio. Viveu no Chile,
Estados Unidos, e França, permaneceu por 20 anos.
Após a anistia, foi nomeado Embaixador do Brasil junto à Comunidade Econômica Europeia,
em 1985, e Ministro da Cultura no Governo José Sarney (1985–1990). Publicou cerca de trinta
livros, majoritariamente sobre teoria, história e política econômica, traduzidos numa dúzia de
idiomas.
Em 2000, em comemoração aos seus 80 anos, a Academia Brasileira de Letras realizou no Rio
de Janeiro a exposição "Celso Furtado: Vocação Brasil" e a Sudene realizou o seminário
“Celso Furtado, a Sudene e o futuro do Nordeste”, onde além da placa alusiva aos seus 80
anos e aos 40 anos da instituição, ele foi outorgado com o título de Pesquisador Emérito da
Fundação Joaquim Nabuco. Celso Furtado faleceu em 20 de novembro de 2004 no Rio de
Janeiro.
Neste espaço o pesquisador terá oportunidade de ler e ouvir o que Celso Furtado pensava
sobre o Nordeste, sobre o desenvolvimento e sobre o Brasil, registrado no acervo que agora
começamos a disponibilizar.