Faleceu ontem (8), aos 88 anos, o economista argentino Aldo Ferrer. Nascido em 1927, Ferrer estudou economia na Universidade de Buenos Aires, onde foi aluno de Raúl Prebisch, futuro secretário executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Foi ministro da Economia da província de Buenos Aires entre 1958 e 1960. Entre 1967 e 1970 foi o primeiro secretário executivo do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (Clacso), do qual participou da fundação ao lado de Celso Furtado. Saiu para ocupar o cargo de ministro da Economia da Argentina, onde ficou até 1971. Presidiu o Banco da Província de Buenos Aires (1983-1987) e a Comissão Nacional de Energia Atômica (1999-2001) e foi embaixador da Argentina na França (2011-2013). Ferrer era sócio do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, e deixou uma obra cuja principal preocupação eram os efeitos da globalização sobre os países periféricos.
No dia 8 de outubro de 2015, Ferrer concedeu uma entrevista ao Procondel Sudene, onde falou sobre sua carreira, sua relação com Celso Furtado e a Sudene. "Conheci Celso em Nova York, creio que em 1951; eu era um jovem economista na Secretaria Geral das Nações Unidas e Celso um economista muito destacado da Cepal. Começamos a conversar sobre temas como América Latina, Brasil e Argentina e, a partir daí, estabelecemos uma relação fraternal", contou na ocasião. Para o economista argentino, além de amigo, Celso Furtado era uma referência: "Foi o livro dele sobre a formação econômica do Brasil que me inspirou a escrever sobre a história econômica da Argentina a partir da perspectiva histórica e da perspectiva global". No final da entrevista, disse ser "uma grande satisfação participar de uma atividade que recorda a figura extraordinária de Celso Furtado e sua permanente contribuição ao projeto latinoamericano de independência, de soberania, de desenvolvimento e de afirmação de nossa presença no mundo".
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aqui para assistir no canal do Procondel Sudene no YouTube um trecho do depoimento, em que Aldo Ferrer fala sobre o pioneirismo da Sudene enquanto organismo de desenvolvimento regional e sobre a permanência das ideias de Celso Furtado. Em breve, disponibilizaremos a entrevista completa.